quarta-feira, 2 de julho de 2008

Corre pra cá, corre pra lá... e nada!


Do início ao fim, A Lenda do Tesouro Perdido – Livro dos Segredos é uma correria só. Para não perder muito tempo, o espectador já é jogado no meio da ação, sem muitas apresentações dos personagens, o que acaba sendo bom - afinal, quem não conhece a história, que alugue e assista ao primeiro filme antes. Mas mesmo com todo o esforço para tornar o filme dinâmico, ele perde um pouco do pique em alguns momentos, e ainda fica longe de seu antecessor, especialmente nas cenas de ação.

Tudo começa quando o caçador de tesouros Ben Gates (Nicolas Cage) apresenta o diário de John Wilkes Booth, o homem que assassinou Abraham Lincoln. Ben explica que seu tataravô foi assassinado pelo bando que conspirou contra o presidente, após se negar a colaborar decifrando códigos desse diário. Antes de morrer, ele ainda consegue rasgar algumas páginas e atirar no fogo, evitando que o plano fosse executado. Acontece que nessa mesma coletiva, quando Ben mostra o tal diário, surge Jeb Wilkinson (Ed Harris), parente de John Wilkes. Ele possui uma página recuperada que não foi totalmente queimada, mostrando que na verdade, o tataravô de Ben estava envolvido na conspiração como o principal articulador do plano. E é aí então que Ben começa uma luta para provar a inocência de seu antepassado, enquanto de quebra ainda tenta achar Cíbola, a cidade de ouro.

Assim como na primeira aventura, há uma série de pistas e charadas a serem desvendadas, e que infelizmente, dessa vez foram usadas em menor número. Se no antecessor Ben Gates teve que quebrar a cabeça pra fazer deduções realmente ‘sherlockianas’, aqui algumas coisas ficaram bem óbvias, bastando apenas descobrir a pista principal. O resto veio de bandeja, através do livro secreto do presidente e de colaborações de Wilkinson. Apesar disso, esses quebra-cabeças tornam-se um diferencial para o filme, e o ajudam a se livrar do estigma de 'imitação de Indiana Jones'.

A grande mancada mesmo fica por conta do abuso de clichês, que tornam a história previsível desde a primeira cena. Destaque para três:

1 - O apelo ao bom e velho patriotismo americano. Num encontro com o presidente, Ben discursa sobre 'homens que amam e honram a sua pátria fazendo o que é certo', e é retribuído pelo comandante supremo da nação com um olhar de cumplicidade e aquele sorrisinho maroto. Nada mais típico do que pequenos discursos sobre valores morais, éticos e familiares nos filmes da Disney.

2 - O vilão que faz de tudo para alcançar seus objetivos. Apesar de muitíssimo bem interpretado por Ed Harris, logo de cara se nota que Jeb Wilkinson irá pagar por toda a maldade no final.

3 - O cara atrapalhado que só se ferra. Embora esteja listado aqui com as 'mancadas' por ser um esteriótipo, Riley (Justin Bartha) é um dos melhores personagens do filme. Todas as cenas engraçadas envolvem ele, que ajuda a manter o humor como uma das tônicas do filme.

Resumindo, A Lenda do Tesouro Perdido – Livro dos Segredos é um típico filme com o selo Disney, ou seja, feito para toda a família. Pode alugar e deixar a sua vó assistindo à tarde que ela não vai se constranger com nenhum palavrão ou cena de sexo inesperada no meio do filme. É diversão garantida, mas nesse caso, a impressão que fica é que eles economizaram em tudo para estourar de vez no terceiro filme, que com certeza virá.


A Lenda do Tesouro Perdido - O Livro dos Segredos
(National Treasure: The Book of Secrets)
Gênero: Ação/Aventura
Direção: Jon Turteltab
Elenco: Nicolas Cage, Diane Kruger, Justin Bartha, Jon Voight, Harvey Keitel, Helen Mirren, Ed Harris.

EUA - 124 min. - livre

Um comentário:

Anônimo disse...

Eu tb preferi o primeiro!!!

E estou anciosa pra ver o terceiro!!!


bjones da gorda!

- Mah -