sexta-feira, 27 de junho de 2008

Uma mistura de 'Os Outros' e 'Sexto Sentido'


Faz um bom tempo que eu tinha visto o trailer de 'O Orfanato', e lembro que na época pensei: "nossa, esse vai ser um filmão de terror de arrepiar, como não fazem há anos". Depois disso, nunca mais ouvi falar mais dele, e pra minha surpresa, sem querer esbarrei no dito cujo essa semana na locadora, e logo pude conferir o tão aguardado material. Quanto ao que pensei antes, digo: estava redondamente enganado. Não que o filme seja ruim, muito pelo contrário, apenas não era tudo aquilo que eu esperava. E sabe como é, quem fica alimentando expectativas...

O enredo gira em torno de Laura (Belén Rueda), uma mulher que quando pequena morou em um orfanato, e ao crescer, resolve transformar seu antigo lar de infância em um centro de tratamento para crianças deficientes. Durante a mudança, ela percebe que seu filho, Simón (Roger Príncep), começa a criar amigos imaginários, e passa a agir de forma cada vez mais estranha. Às vésperas de inaugurar o lar, numa festa, Laura é visitada por um dos amigos 'imaginários' de seu filho, que dá um sumiço no garoto. Depois disso, ela passa a se dedicar exclusivamente às investigações do desaparecimento de seu filho, enquanto tem que lidar com a indiferença do marido, que duvida de sua sanidade mental.

Claro que não vou contar o resto, afinal não sou chegado a spoilers, mas digamos que o final de O Orfanato é bem ao estilo de seu produtor, Guillermo Del Toro, aquele de O Labirinto do Fauno. Apesar de todos os clichês aparentes, como a casa mal-assombrada, a criança que 'see dead people' e tudo mais, nada fica muito óbvio, e a incerteza do que virá deixa uma certa angústia no ar. Ao contrário da maioria dos filmes hollywoodianos, que desfilam vultos e mais vultos a toda hora, aqui há muita economia nas aparições fantasmagóricas, e os efeitos especiais foram substituídos por soluções 'criativas', mas igualmente eficientes, como vozes assustadoras e portas que batem de surpresa. Destaque para as curiosas atuações de Geraldine Chaplin (filha de Charles Chaplin) e Edgar Vivar (Sr. Barriga/Nhonho do seriado Chaves), que fazem apenas uma ponta, mas justo numa das melhores cenas do filme, que chega a lembrar uma seqüência de Poltergeist.

Resumindo, O Orfanato não chega a dar medo, mas garante uns bons sustos, momentos de tensão e muito drama. Recomendado para quem tem medo de assistir filmes de terror e vira o rosto nas 'melhores' cenas.

O Orfanato
(El Orfanato)
Gênero: Terror/Suspense
Direção: Juan Antonio Bayona
Elenco: Belén Rueda, Roger Príncep, Fernando Cayo, Mabel Rivera, Montserrat Carulla, Geraldine Chaplin, Edgar Vivar

Espanha - 110 min. - 14 anos

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